Anaplasmose em cães: Guia completo

Anaplasmose em cães: Aprenda a identificar os sinais da doença, como febre e letargia. Saiba como tratar e prevenir essa infecção canina.

Vet Alexandre Azevedo

5/8/20257 min ler

anaplasma
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Anaplasmose Canina

A anaplasmose canina é uma doença transmitida por carrapatos que afeta cães em diversas regiões do mundo. Causada pela bactéria Anaplasma phagocytophilum ou Anaplasma platys, ela pode comprometer a saúde do seu pet se não for diagnosticada e tratada adequadamente. Neste artigo, abordaremos tudo o que você precisa saber sobre a anaplasma em cães, incluindo sintomas, diagnóstico, tratamento e medidas de prevenção, com informações otimizadas para ajudar tutores a protegerem seus animais.

O Que é Anaplasmose Canina?

A anaplasmose é uma doença infecciosa transmitida principalmente por carrapatos, como o Rhipicephalus sanguineus (carrapato marrom do cão). A bactéria Anaplasma platys infecta as células do sangue, como glóbulos brancos ou plaquetas, causando sintomas que variam de leves a graves. Existem dois tipos principais de anaplasmose em cães:

  • Anaplasmose granulocítica (Anaplasma phagocytophilum): Afeta os glóbulos brancos, causando sintomas como febre e letargia.

  • Anaplasmose trombocítica (Anaplasma platys): Ataca as plaquetas, podendo levar a problemas de coagulação.

Como os Cães Contraem a Doença?

A anaplasmose canina é transmitida principalmente pela picada do carrapato marrom do cão (Rhipicephalus sanguineus). Quando um carrapato infectado se alimenta do sangue de um cão, as bactérias do gênero Anaplasma são introduzidas na corrente sanguínea do animal.

O processo de transmissão ocorre da seguinte forma:

  1. Infecção do carrapato: O carrapato se infecta ao se alimentar do sangue de um cão que já está com anaplasmose.

  2. Transmissão para o cão saudável: Em uma próxima picada, esse carrapato infectado transmite as bactérias Anaplasma para outro cão durante a alimentação.

É importante notar que a transmissão da bactéria Anaplasma geralmente requer que o carrapato permaneça fixado ao cão por um período de tempo suficiente para que a bactéria seja transferida.

Embora a picada do carrapato seja a forma principal de transmissão, em casos raros, a anaplasmose também pode ser transmitida por meio de transfusões sanguíneas contaminadas ou pelo uso de agulhas e seringas contaminadas. No entanto, essas formas de transmissão são menos comuns.

Em resumo, um cão contrai anaplasmose principalmente através da picada de um carrapato marrom infectado com a bactéria Anaplasma.

carrapato marrom do cão (Rhipicephalus sanguineus) - Fonte wikimedia

Sintomas da Anaplasmose em cães

A anaplasmose canina pode se manifestar de diversas formas, e a intensidade dos sintomas varia de cão para cão. Em alguns casos, a infecção pode ser assintomática, o que torna o diagnóstico mais desafiador. No entanto, quando os sinais clínicos aparecem, é crucial estar atento para procurar ajuda veterinária o mais rápido possível.

Os sintomas mais comuns da anaplasmose canina incluem:

  • Febre: Aumento da temperatura corporal é um dos primeiros sinais a surgir.

  • Letargia e Apatia: O cão pode parecer mais cansado que o normal, com falta de energia e desinteresse nas atividades habituais.

  • Perda de Apetite (Anorexia): A falta de vontade de comer é frequente e pode levar à perda de peso.

  • Dor nas Articulações: O animal pode apresentar claudicação (mancar), rigidez ao se levantar ou caminhar, e sensibilidade ao toque nas articulações.

  • Linfonodos Aumentados (Linfadenomegalia): As "ínguas" podem estar inchadas e palpáveis.

Outros sintomas que podem ocorrer, embora menos comuns, incluem:

  • Hemorragias: Sangramentos nas gengivas, nariz (epistaxe) ou urina (hematúria) podem ocorrer devido à diminuição das plaquetas (trombocitopenia).

  • Vômitos e Diarreia: Problemas gastrointestinais podem surgir em alguns casos.

  • Perda de Peso: Consequência da falta de apetite e do mal-estar geral.

  • Depressão: O cão pode apresentar um comportamento mais triste e isolado.

  • Em casos raros: Podem ocorrer sinais neurológicos.

É fundamental lembrar que esses sintomas podem ser inespecíficos e se assemelhar aos de outras doenças transmitidas por carrapatos ou outras condições de saúde. Portanto, ao observar qualquer um desses sinais no seu cão, é imprescindível consultar um médico veterinário para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado. A detecção precoce da anaplasmose aumenta significativamente as chances de uma recuperação completa e evita complicações mais graves.

Diagnóstico da Anaplasmose em Cães

O diagnóstico da anaplasmose canina é feito por um veterinário com base em:

  1. Exame clínico: Avaliação dos sintomas e histórico de exposição a carrapatos.

  2. Exames de sangue: Testes como hemograma podem revelar alterações nas plaquetas ou glóbulos brancos.

  3. Testes sorológicos: Identificam anticorpos contra a bactéria Anaplasma.

  4. PCR (Reação em Cadeia da Polimerase): Detecta o DNA da bactéria no sangue, sendo altamente preciso.

Um diagnóstico precoce é crucial para evitar complicações e iniciar o tratamento adequado.

Tratamento da Anaplasmose Canina

O tratamento da anaplasmose em cachorro visa eliminar a bactéria Anaplasma do organismo do cão e aliviar os sintomas da doença. A doxiciclina é o antibiótico de escolha e geralmente é altamente eficaz no tratamento dessa infecção.

O protocolo de tratamento geralmente envolve:

  • Administração de Doxiciclina: Este antibiótico tetraciclínico é prescrito pelo veterinário na dose e frequência adequadas ao peso e condição clínica do cão. A duração do tratamento costuma ser de três a quatro semanas, mas pode variar dependendo da gravidade da infecção e da resposta do animal. É crucial seguir rigorosamente as orientações do veterinário quanto à administração do medicamento, respeitando horários e a duração do tratamento, mesmo que o cão apresente melhora dos sintomas antes do término.

  • Medicações de Suporte (se necessário): Em alguns casos, o veterinário pode prescrever medicamentos adicionais para aliviar sintomas específicos, como:

    • Anti-inflamatórios: Para reduzir a febre e a dor nas articulações.

    • Protetores gástricos: Para minimizar possíveis efeitos colaterais gastrointestinais do antibiótico.

    • Fluidoterapia: Em casos de desidratação devido a vômitos ou falta de apetite.

  • Repouso: Durante o tratamento, é importante que o cão tenha repouso para permitir que seu corpo se recupere. Evite atividades físicas intensas até que o veterinário libere.

  • Acompanhamento Veterinário: Consultas de acompanhamento podem ser necessárias para monitorar a resposta do cão ao tratamento e realizar exames de sangue para verificar a eliminação da bactéria e a normalização dos parâmetros sanguíneos.

É fundamental:

  • Não interromper o tratamento precocemente: Mesmo que o cão apresente melhora dos sintomas, a bactéria anaplasma pode ainda estar presente no organismo. Interromper o tratamento antes do tempo recomendado pode levar à recorrência da doença ou ao desenvolvimento de resistência bacteriana.

  • Seguir rigorosamente as orientações do veterinário: A dose, a frequência e a duração do tratamento são específicas para cada caso.

  • Informar o veterinário sobre qualquer efeito colateral: Caso observe alguma reação adversa ao medicamento, entre em contato com o veterinário imediatamente.

A maioria dos cães com anaplasmose responde bem ao tratamento com doxiciclina e apresenta melhora significativa dos sintomas em poucos dias. No entanto, em casos mais graves ou com diagnóstico tardio, a recuperação pode ser mais lenta.

Como Prevenir a Anaplasmose Canina

A prevenção é a melhor estratégia para evitar que seu cão contraia a anaplasmose. Como a principal forma de transmissão é a picada do carrapato infectado, as medidas preventivas focam no controle desses parasitas. Aqui estão as principais formas de proteger seu pet:

  • Uso Regular de Produtos Antipulgas e Carrapatos: Esta é a linha de frente na prevenção da anaplasmose e de diversas outras doenças transmitidas por vetores. Existem diversas opções disponíveis no mercado, como:

    • Coleiras antipulgas e carrapatos: Oferecem proteção prolongada, liberando substâncias que repelem ou matam os parasitas.

    • Pipetas (spot-on): Líquidos aplicados na pele do cão, geralmente na região da nuca, que se espalham pela camada lipídica da pele, protegendo contra pulgas e carrapatos.

    • Comprimidos e tabletes mastigáveis: Medicamentos orais que agem no organismo do cão, matando os parasitas que se alimentam do seu sangue.

    • Sprays: Podem ser utilizados para uma proteção mais imediata ou para reforçar a ação de outros produtos.

    É crucial:

    • Consultar o veterinário para escolher o produto mais adequado para o seu cão, considerando seu estilo de vida, peso e histórico de saúde.

    • Seguir rigorosamente as instruções de uso de cada produto, respeitando a frequência de aplicação ou administração recomendada pelo fabricante e pelo veterinário.

    • Não utilizar produtos destinados a outras espécies (como gatos), pois podem ser tóxicos para cães.

  • Inspeção Regular da Pelagem do seu Cão: Após cada passeio, especialmente em áreas de grama alta, mato ou com histórico de infestação por carrapatos, examine cuidadosamente a pelagem do seu pet. Preste atenção em áreas como orelhas, entre os dedos, axilas, virilha e ao redor do pescoço.

Anaplasmose Canina Tem Cura?

Sim, a anaplasmose em cães tem cura na maioria dos casos, desde que seja diagnosticada e tratada a tempo. A doxiciclina é altamente eficaz, e os cães geralmente apresentam melhora em poucos dias após o início do tratamento. No entanto, casos graves ou não tratados podem levar a complicações sérias.

Perguntas Frequentes sobre Anaplasmose Canina

1. A anaplasmose canina pode ser transmitida para humanos?

Não, a anaplasmose em cães não é zoonótica, ou seja, não passa de cães para humanos. No entanto, humanos podem contrair anaplasmose diretamente pela picada de carrapatos infectados.

2. Meu cão pode ter anaplasmose sem sintomas?

Sim, alguns cães podem ser portadores assintomáticos, especialmente no caso de Anaplasma platys. Exames de sangue regulares ajudam a identificar a infecção.

3. Qual é o melhor antiparasitário para prevenir anaplasmose?

Consulte um veterinário para escolher o produto mais adequado ao seu cão, como coleiras ou comprimidos.

Conclusão

A anaplasma em cães é uma doença séria, mas com prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado, seu cão pode ficar protegido e saudável. Mantenha um controle rigoroso contra carrapatos e consulte um veterinário regularmente para garantir o bem-estar do seu pet. Se você suspeita de anaplasmose ou quer saber mais, agende uma consulta com um profissional de confiança.

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