Displasia Coxofemoral em Cães: Saiba Tudo!

Displasia coxofemoral em cães: entenda as causas, sintomas, diagnóstico e as opções de tratamento para garantir o bem-estar do seu amigo peludo.

Vet Alexandre Azevedo

5/9/20259 min ler

Displasia
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Displasia Coxofemoral em cães

Descubra o que é a displasia coxofemoral em cachorros, seus sintomas, causas, tratamentos e como prevenir essa condição comum em cães.

O que é Displasia Coxofemoral em cães?

A displasia coxofemoral canina é uma condição ortopédica que afeta a articulação do quadril em cães, causando um encaixe inadequado entre o fêmur e a cavidade pélvica. Essa má formação pode levar a dor, inflamação e, em casos graves, dificuldades de locomoção. É mais comum em raças grandes, como Pastor Alemão, Labrador e Rottweiler, mas pode afetar cães de qualquer tamanho.

Sintomas da Displasia Coxofemoral em cães

A displasia coxofemoral canina, uma condição que afeta a articulação do quadril, pode se manifestar de diversas formas, variando em intensidade e apresentação dependendo da idade do animal, da gravidade da má formação e do tempo de evolução da doença. É crucial estar atento aos sinais, pois a detecção precoce pode fazer uma grande diferença no manejo e na qualidade de vida do seu companheiro.

Os sintomas podem ser sutis no início e se tornar mais evidentes com o tempo. Em filhotes e cães jovens (geralmente entre 4 meses e 1 ano de idade), os sinais podem incluir:

  • Claudicação (mancar) intermitente: O filhote pode mancar de uma ou ambas as patas traseiras, especialmente após exercícios ou ao levantar-se. Essa claudicação pode melhorar com o repouso, mas tende a retornar.

  • Dificuldade em levantar-se: O animal pode hesitar ou ter dificuldade em se levantar após um período de descanso, mostrando rigidez nas patas traseiras.

  • Relutância em pular ou correr: Atividades que antes eram realizadas com entusiasmo podem ser evitadas, pois causam desconforto.

  • Andar "rebolante": A forma de andar pode parecer instável, com um movimento exagerado dos quadris para compensar a fraqueza e a instabilidade da articulação.

  • Intolerância ao exercício: O filhote pode se cansar mais rapidamente durante as brincadeiras ou passeios.

  • Dor à palpação do quadril: Ao tocar a região do quadril, o animal pode demonstrar sensibilidade ou desconforto.

Causas e Fatores de Risco da Displasia Coxofemoral em cães

A displasia coxofemoral em cachorro é uma condição complexa e multifatorial que afeta a articulação do quadril. Embora a predisposição genética seja a principal causa, diversos fatores de risco ambientais e de manejo podem influenciar o desenvolvimento e a gravidade da doença.

Causa Primária: Genética

A displasia coxofemoral é primariamente considerada uma doença hereditária. Isso significa que a tendência a desenvolver a má formação da articulação do quadril é transmitida dos pais para os filhotes através dos genes. Vários genes estão envolvidos nessa herança complexa, e um cão pode herdar uma combinação de genes que o tornam mais ou menos suscetível à displasia.

  • Caráter Recessivo: A displasia geralmente segue um padrão de herança recessivo, o que significa que um animal pode herdar os genes da displasia de ambos os pais, mesmo que os pais não manifestem a doença clinicamente.

  • Importância da Linhagem: Cães com histórico familiar de displasia têm uma probabilidade significativamente maior de desenvolver a condição. Criadores responsáveis buscam selecionar reprodutores com quadris saudáveis para diminuir a incidência da doença nas futuras gerações.

Fatores de Risco Ambientais e de Manejo:

Embora a genética seja a base da displasia coxofemoral, diversos fatores não genéticos podem desempenhar um papel crucial no desenvolvimento e na progressão da doença em animais geneticamente predispostos:

  • Crescimento Rápido: Filhotes de raças grandes e gigantes que experimentam um crescimento ósseo muito rápido podem ter um desenvolvimento desproporcional entre a estrutura esquelética e a musculatura de suporte. Essa desarmonia pode levar à instabilidade da articulação do quadril, aumentando o risco de displasia.

  • Nutrição Inadequada:

    • Excesso de Cálcio e Energia: Dietas desbalanceadas, especialmente aquelas com excesso de cálcio e alta densidade energética em filhotes em crescimento, podem contribuir para um crescimento ósseo acelerado e desordenado, aumentando a probabilidade de displasia.

    • Suplementação Desnecessária: A suplementação excessiva de vitaminas e minerais, principalmente cálcio, sem orientação veterinária, pode ser prejudicial.

  • Exercício Inadequado:

    • Exercício Excessivo e de Alto Impacto em Filhotes: Atividades extenuantes e de alto impacto, como saltos repetitivos e corridas em superfícies duras em filhotes com articulações ainda em desenvolvimento, podem causar microtraumas e aumentar o risco de displasia.

    • Falta de Exercício: Por outro lado, a falta de exercício adequado pode levar ao enfraquecimento da musculatura que suporta a articulação do quadril, contribuindo para a instabilidade.

  • Obesidade e Sobrepeso: O excesso de peso impõe uma carga adicional significativa sobre as articulações do quadril, aumentando o estresse e a pressão. Isso pode agravar a displasia preexistente ou até mesmo contribuir para o seu desenvolvimento em animais predispostos.

  • Ambiente:

    • Pisos Lisos e Escorregadios: Cães, especialmente filhotes e aqueles com predisposição à displasia, que vivem em ambientes com pisos lisos têm maior dificuldade em obter tração. Isso pode levar a escorregões, movimentos descoordenados e um esforço maior para manter a estabilidade, sobrecarregando as articulações do quadril.

    • Escadas e Terrenos Irregulares: Subir e descer escadas com frequência ou se locomover em terrenos muito irregulares podem colocar estresse adicional nas articulações do quadril.

  • Lesões Traumáticas: Embora menos comum como causa primária, lesões na região do quadril podem, em alguns casos, contribuir para o desenvolvimento ou agravamento da displasia.

É fundamental entender que a displasia coxofemoral canina é uma interação complexa entre a predisposição genética e os fatores ambientais. Embora não seja possível alterar a genética de um animal, o manejo adequado em relação à nutrição, exercício e ambiente pode desempenhar um papel crucial na minimização do risco e da gravidade da displasia em cães suscetíveis. A conscientização sobre esses fatores de risco é essencial para tutores e criadores visando a saúde e o bem-estar dos animais.

Diagnóstico da Displasia Coxofemoral em cães

O diagnóstico geralmente envolve:

  1. Exame clínico: O veterinário avalia a mobilidade e palpa a região do quadril.

  2. Radiografias: Imagens de raio-X confirmam a má formação articular.

  3. Testes de movimento: Avaliação da amplitude de movimento do quadril.

Um diagnóstico precoce é fundamental para melhorar a qualidade de vida do cão.

Raio X Displasia coxofemoral cão labrador bilateral - Fonte wikimedia

Tratamento para Displasia Coxofemoral em cães

O tratamento depende da gravidade da displasia e da idade do cão. As opções incluem:

Tratamento Conservador
  • Controle de peso: Manter o cão no peso ideal reduz a pressão nas articulações.

  • Fisioterapia: Exercícios específicos para fortalecer os músculos ao redor do quadril.

  • Medicamentos: Anti-inflamatórios e analgésicos para aliviar a dor.

  • Suplementos: Condroprotetores, como glucosamina e condroitina, para apoiar a saúde articular.

Tratamento Cirúrgico
  • Osteotomia pélvica dupla: Indicada para filhotes antes do fechamento das placas de crescimento.

  • Prótese total de quadril: Substituição da articulação em casos graves.

  • Ressecção da cabeça femoral: Remoção da cabeça do fêmur para aliviar a dor.

Prevenção da Displasia Coxofemoral em cachorro

Embora a predisposição genética seja o principal fator no desenvolvimento da displasia coxofemoral, especialmente em raças de grande porte, diversas medidas podem ser tomadas para minimizar o risco de desenvolvimento da doença ou reduzir a gravidade dos sintomas em animais suscetíveis. A prevenção se concentra principalmente em um manejo adequado durante a fase de crescimento e na seleção criteriosa de reprodutores.

Estratégias de Prevenção:

  1. Seleção Genética Responsável:

    • Exames de Reprodutores: Criadores conscientes devem realizar exames radiográficos de displasia coxofemoral em seus cães antes da reprodução e selecionar apenas animais com quadris saudáveis para acasalar. Programas de avaliação radiográfica, como os oferecidos por associações de raça, são ferramentas importantes nesse processo.

    • Histórico Familiar: Ao adquirir um filhote de raças predispostas, informe-se sobre o histórico de displasia na linhagem dos pais e avós. Evite filhotes cujos pais ou parentes próximos foram diagnosticados com a condição.

  2. Manejo Nutricional Adequado na Fase de Crescimento:

    • Dieta Balanceada: Fornecer uma dieta de alta qualidade, formulada especificamente para filhotes de raças grandes, é crucial. Essas dietas são balanceadas em termos de cálcio, fósforo e outros nutrientes essenciais para um crescimento ósseo saudável e gradual.

    • Evitar Suplementação Excessiva: A suplementação desnecessária de cálcio e outros minerais pode levar a um crescimento ósseo desordenado e aumentar o risco de displasia. Consulte sempre o veterinário antes de oferecer qualquer suplemento.

    • Controle do Crescimento Rápido: Evite dietas altamente calóricas que promovam um crescimento ósseo muito rápido, o que pode desequilibrar o desenvolvimento muscular e articular.

  3. Controle de Peso:

    • Manter um Peso Ideal: Evitar o sobrepeso e a obesidade desde a fase de filhote é fundamental para reduzir o estresse sobre as articulações do quadril em desenvolvimento. Monitore o peso do seu animal e ajuste a dieta conforme necessário, seguindo as orientações do veterinário.

  4. Exercício Adequado e Controlado:

    • Evitar Exercícios de Alto Impacto em Filhotes: Durante o período de crescimento, evite atividades extenuantes e de alto impacto que possam sobrecarregar as articulações ainda imaturas, como saltos repetitivos, corridas em superfícies duras e brincadeiras bruscas.

    • Exercícios de Baixo Impacto: Opte por atividades suaves e regulares, como caminhadas curtas em superfícies planas e natação, que ajudam a fortalecer a musculatura de suporte sem prejudicar as articulações.

    • Aumentar a Atividade Gradualmente: À medida que o filhote cresce, aumente a intensidade e a duração dos exercícios de forma gradual e sempre respeitando os limites do animal.

  5. Ambiente Seguro:

    • Evitar Pisos Escorregadios: Em animais predispostos, especialmente filhotes, procure evitar pisos lisos e escorregadios que dificultem a tração e possam causar microtraumas nas articulações devido a escorregões e tentativas de se firmar. Utilize tapetes, carpetes ou antiderrapantes em áreas onde o animal circula com frequência.

    • Cuidado com Escadas e Terrenos Irregulares: Limite a exposição a escadas e terrenos muito irregulares, especialmente durante a fase de crescimento, para evitar estresse excessivo nas articulações.

  6. Acompanhamento Veterinário Regular:

    • Check-ups Ortopédicos: Realizar check-ups veterinários regulares, incluindo avaliações ortopédicas, pode ajudar a identificar precocemente sinais de displasia ou outros problemas articulares.

    • Radiografias Preventivas (em raças de risco): Em algumas raças com alta incidência de displasia, o veterinário pode recomendar radiografias preventivas em uma idade específica para avaliar a saúde das articulações do quadril, mesmo na ausência de sintomas clínicos.

Conclusão

A displasia coxofemoral é uma condição desafiadora, mas com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, muitos cães podem levar uma vida ativa e feliz. Se você suspeita que seu pet está com sintomas, não hesite em consultar um veterinário. Cuide do seu melhor amigo e garanta a ele a melhor qualidade de vida possível!

Perguntas Frequentes

1. Quais raças são mais propensas à displasia coxofemoral em cães?

Algumas raças possuem maior predisposição genética ao problema, principalmente as de grande porte. Entre as mais afetadas estão o Pastor Alemão, Labrador Retriever, Golden Retriever, Rottweiler, Bernese Mountain Dog, Mastim Napolitano e o São Bernardo. Cães de médio porte como o Cocker Spaniel também podem ser afetados. O diagnóstico precoce e o controle de fatores como peso e exercícios ajudam a minimizar o impacto da doença.

Raças displasia coxofemoral canina

2. A displasia coxofemoral tem cura?

Não há cura definitiva, mas tratamentos conservadores e cirúrgicos podem aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

3. Como posso saber se meu cão tem displasia coxofemoral?

Observe sinais como mancar, dificuldade para se levantar ou relutância em se exercitar, e consulte um veterinário para exames

4.Displasia coxofemoral tem cura?

A displasia coxofemoral não tem uma cura definitiva, pois é uma condição genética e degenerativa. No entanto, existem formas eficazes de controle e tratamento, que variam conforme o grau da displasia. Casos leves podem ser manejados com fisioterapia, controle de peso, medicamentos para dor e suplementos articulares. Já os casos mais graves podem exigir cirurgia, como a substituição total do quadril. Com acompanhamento veterinário adequado, muitos cães com displasia conseguem ter qualidade de vida e bem-estar por muitos anos.

5.Displasia coxofemoral em gatos: isso existe?

Embora seja muito mais comum em cães, a displasia coxofemoral também pode afetar gatos, embora de forma mais rara. A condição ocorre quando a articulação do quadril não se desenvolve corretamente, causando instabilidade, dor e, com o tempo, artrose. Algumas raças, como o Maine Coon e o Persa, podem ter maior predisposição genética. Em muitos casos, os sinais são sutis, como menor disposição para pular ou andar. O diagnóstico é feito por exame clínico e radiografia, e o tratamento pode incluir medicamentos, manejo do peso e, em casos graves, cirurgia.